-Olá! Faltam 26 dias para a Festa do Universo. Você vem?
O que temos acima é a carta do Diabo em uma de suas representações mais famosas, a do Baralho de Marselha, aqui numa versão não censurada. Como vocês podem ver; o diabo, diferente dos anjos, tem sexo, possivelmente dois. Este ser, meio homem, meio bicho, com a sexualidade evidenciada, coroado ("os chifres são coroas naturais", Jung e o Tarot, Sallie Nichols) é uma versão posterior, algo degradada de "Pan Pangenetor, o gerador de tudo"(Crowley, O Livro de Thoth ). Pan é um verbete que vale a pena ser consultado na wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A3_(mitologia), isto porque já foi muito famoso e hoje está inteiramente esquecido.
Esquecido em sua forma ORIGINAL. O que temos agora é a "cópia"acima, que está para Pan assim como a "restauração" da dona Cecília de Ecce Homo (decididamente a piada do ano) está para a versão original.
"Ecce Homo":a versão antiga... ...a versão deteriorada... . ..e a versão restaurada por Dona Cecília.
Voltando à carta medieval: as figuras acorrentadas ao pé do Diabo representam a parte animal do homem - ou a libido - que nos mantêm presos às exigências da Mãe Natureza.
Em suma, o eterno, inexaurível, implacável, tirano, precioso, TESÃO.
Segundo Crowley, que concebeu a versão abaixo, este arcano representa "a energia criativa em sua forma mais material". Em suma, ele representa a virilidade, alta e primitiva energia.
Com vocês a versão RESTAURADA de Pan Pangenetor, na concepção de Aleister Crowley e na arte de Lady Frieda Harris.
Lady Frieda Harris não é Dona Cecília!
Crowley: "Esta carta representa a energia criativa sob sua forma mais material. No zodíaco, Capricórnio ocupa o Zênite. É o mais exaltado dos signos, é o bode saltando com luxúria sobre os cumes da Terra."
Comparando a carta tradicional e a moderna (acima) nós temos, por assim dizer, a versão antiga revelada: O Diabo e seus dois prisioneiros configuram um falo ereto, assim como as duas gônadas ("acorrentadas" ao falo). Observem a cobertura que ele usa; ela encima o conjunto tal qual uma glande. As asas são, desde o antigo Egito, uma imagem da ereção, um símbolo da energia da natureza em ação.
Lembremos que sem esta energia não conseguimos fazer nada. Ela vem mesmo das "partes baixas" do corpo. O correto seria dizer partes "básicas", ligadas aos processos mais primitivos, a cozinha e o banheiro da criação. O forno primitivo que nos aviva a chama animal, a Vontade, e que está relacionado ao ato mais prazeroso da natureza: o sexo. Mas a carta também está associada à todo tipo de criação, principalmente aquela que nasce sem medo ou vacilo, dizendo a que veio e ponto final:
"O signo de Capricórnio (ao qual a carta está associada) é rude, severo, sombrio, mesmo cego: o impulso de criar não leva em conta a razão, o costume ou a precaução. É divinamente inescrupuloso, sublimemente negligente do resultado."
Resumindo, a transformação de Pan Pangenetor no diabo cristão foi a maior das vilanizações da HISTÓRIA.
Que conste nos autos!
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Amantis.
ResponderExcluir93.
Eu sou aquele que preenche o vazio...
O vazio das estrelas.
A aspiração ao mais alto cume
A face velada do divino,
Aquela que reage e destroí.
O passo além do limite.
A chama que queima em todo coração do Homem, e no âmago de todo Ser.
A forma material da energia criativa.
A ideía manifesta como forma.
O gerador de tudo.
Quando a visão do esplendor torna-se pura beleza.
Transcedendo todos os conceitos estabelecidos,
As leis serão revogadas e
Sentiremos o verdadeiro prazer e gozo pela vida.
Com os cornos tocando os céus
meus pés enraizam cada vez mais na terra.
Para transpor todo limite
E me entregar ao ato da criação.
93.93/93
"Ouve-me, senhor das Estrelas,
ExcluirPois a ti tenho venerado sempre
Com máculas, pesares e cicatrizes,
Com jubiloso, jubiloso Empenho.
Ouve-me, ó bode alvo como o lírio
Viçoso como uma moita de espinhos
Com um colar de ouro para tua garganta,
Um arco escarlate para teus cornos."
Aleister Crowley - O Livro de Thoth