Arcano XVI - WAR (Guerra), na concepção de Aleister Crowley.
Letra: Pé (Boca)
Associada ao planeta-deus Marte.
Letra: Pé (Boca)
Associada ao planeta-deus Marte.
Tradicionalmente a carta é chamada de A Torre, ou A Casa de Deus, ou mesmo A Fortaleza Destruída pelo Raio.
Vejam como Crowley foi criativo em sua interpretação. A imagem antiga não explicava bem o processo da carta:
A Torre no tradicionalíssimo Tarot de Marselha.
Com muita dificuldade uma pessoa entenderia que estas duas figurinhas estão caindo da Torre. Que, na verdade, estão mortas ou morrendo. Também seria difícil entender que as florações que descem do canto superior direito representam um raio vindo do céu. Enfim, em sua nova versão, Crowley não deixou dúvidas que a carta se refere a uma situação dramática.
Enfim, a "Torre", ou a "Casa de Deus", é a consciência limitada às quatro paredes da encarnação.
A "Casa de Deus" é, numa palavra, nossa cabeça. Na primeira imagem (a de Crowley) vemos que a Torre é realmente uma cabeça com a boca aberta. Ela e todo o universo a sua volta estão sendo subitamente abalados por algum evento cataclísmico que pôs mundo em chamas. Qualquer semelhança entre o design desta carta e a pintura cubista Guernica (1937) não é mera coincidência.
Ambas tem o mesmo tema: Guerra. A famosa pintura foi realizada e exposta em 1937, em Paris. O "Tarot de Thoth", de Crowley e Lady Frieda Harris foi realizado entre 1938 e 1943 (em plena Segunda Guerra Mundial).
Podemos dizer que em sua nova versão do Arcano XVI, A TORRE, Crowley e Harris valeram-se do cubismo-expressionista de Picasso para apresentar o panorama astral por detrás da guerra física então em curso.
A Nova Era, na visão de Crowley, simplesmente se baseia na "Guerra Universal". O que seria uma afirmação filosófica do próprio Crowley transformou-se, aos olhos dele, em duas guerras mundias separadas por algumas décadas. Ele deve ter pensado para si mesmo, "realmente, Guerra Universal!".
Para entender o que ele quer dizer com uma afirmação tão, digamos, violenta, é preciso primeiro saber que, na visão do mesmo filósofo, toda esta "guerra" não é mais que "desejo de união", isto é, "amor". Mas "amor sob vontade".
Os conflitos são consumidos numa explosão extática de união.
Esta "guerra" de que fala Crowley pode ser entendida tão logo lancemos um olhar sobre a Natureza (base de toda a Magia). Por trás daquela perfeita harmonia há um trilhão de guerras em curso. Isto é "bom"? Isto é "mau"?
Isto não é "bom" nem "mau". Bom e mau são conceitos humanos. Nós estamos falando da Natureza tal como ela é e ponto final. Se queremos nos iludir com falsas certezas é bom que fiquemos longe do Tarot.
Um outro exemplo, também vindo da Natureza. No livro autobiográfico "A Cortesã" encontramos diversas passagens onde a autora (cujo nome não me lembro) descreve o ato sexual como uma guerra. Evidentemente o objetivo não é "destruir" o adversário, e sim quebrar suas resistências à entrega total.
Mas ela não esconde que existem de fato estratégias (femininas e masculinas) para que um não leve a melhor sobre o outro energeticamente. (Isto na China, amigos, não aqui) Que vença o melhor!
Ambas tem o mesmo tema: Guerra. A famosa pintura foi realizada e exposta em 1937, em Paris. O "Tarot de Thoth", de Crowley e Lady Frieda Harris foi realizado entre 1938 e 1943 (em plena Segunda Guerra Mundial).
Podemos dizer que em sua nova versão do Arcano XVI, A TORRE, Crowley e Harris valeram-se do cubismo-expressionista de Picasso para apresentar o panorama astral por detrás da guerra física então em curso.
A Nova Era, na visão de Crowley, simplesmente se baseia na "Guerra Universal". O que seria uma afirmação filosófica do próprio Crowley transformou-se, aos olhos dele, em duas guerras mundias separadas por algumas décadas. Ele deve ter pensado para si mesmo, "realmente, Guerra Universal!".
Para entender o que ele quer dizer com uma afirmação tão, digamos, violenta, é preciso primeiro saber que, na visão do mesmo filósofo, toda esta "guerra" não é mais que "desejo de união", isto é, "amor". Mas "amor sob vontade".
Os conflitos são consumidos numa explosão extática de união.
Esta "guerra" de que fala Crowley pode ser entendida tão logo lancemos um olhar sobre a Natureza (base de toda a Magia). Por trás daquela perfeita harmonia há um trilhão de guerras em curso. Isto é "bom"? Isto é "mau"?
Isto não é "bom" nem "mau". Bom e mau são conceitos humanos. Nós estamos falando da Natureza tal como ela é e ponto final. Se queremos nos iludir com falsas certezas é bom que fiquemos longe do Tarot.
Um outro exemplo, também vindo da Natureza. No livro autobiográfico "A Cortesã" encontramos diversas passagens onde a autora (cujo nome não me lembro) descreve o ato sexual como uma guerra. Evidentemente o objetivo não é "destruir" o adversário, e sim quebrar suas resistências à entrega total.
Mas ela não esconde que existem de fato estratégias (femininas e masculinas) para que um não leve a melhor sobre o outro energeticamente. (Isto na China, amigos, não aqui) Que vença o melhor!
Existe uma coisa um pouco difícil de ver na Carta de Crowley (lembrando que a pintura em si foi encarregada à Lady Frieda Harris) que está bem visível na representação antiga, do baralho de Marselha. São as duas figuras caindo da Torre. Na carta de Crowley/Harris as figuras são quatro. Estão reduzidos à formas geométricas. Na verdade, já estão carbonizados. O Raio provindo do Céu - O OLHO DE SHIVA, OU DO SOL - expulsou-os como baratas de seus ninhos e os destruiu.
A interpretação é que estes "homenzinhos", tão simpáticos e sorridentes na carta medieval, são na verdade "falsos eus", isto é, ILUSÕES. São as pessoas que você vai deixando de ser e as coisas que vai deixando de fazer - porque não te interessam e/ou te servem mais - a media que você evolui.
Não apenas a Natureza apela às vezes para soluções algo catastróficas.
A vida e a iniciação estão cheias delas. Elas fazem parte do processo.
Esta é a carta mais violenta, e talvez a mais agourenta do Tarot.
Indica iminência de "Guerra".
Mas, por um ponto de vista mais ACIMA, ela representa o momento do êxtase, da iluminação, quando as quatro paredes do "eu" caem por terra e vemos Deus, ou ao menos o seu olho, tal como é. No processo muitas ilusões são destruídas, carbonizadas pelo fogo da revelação.
Eu realmente estive pronto para qualquer tipo de "catástrofe" no dia de hoje, dada a carta que ilustra nossa contagem regressiva neste Sábado de Verão.
Até aqui tudo o que tivemos foi um evento artístico no quintal intitulado A TEMPESTADE.
Pareceu de repente que ia cair uma chuva torrencial.
Mas caiu apenas uma refrescante chuva de verão. Que virou - ou melhor - está virando, se tudo correr bem - uma obra de arte do projeto A Fonte, tema de minha próxima postagem.
Se despede Amantis,
com um pensamento filosófico para terminar:
Primeiro a gente precisa se acostumar à ideia de que É POSSÍVEL SER FELIZ NA TERRA, para, então, algum tempo depois, SER FELIZ NA TERRA.
Ser Feliz na Terra tem de ser, necessariamente, um processo de duas etapas.
Primeiro é preciso se acostumar à ideia.
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