sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

- 14... ARCANO III - A IMPERATRIZ


FESTA DO UNIVERSO
FALTANDO 14 DIAS

Arcano referência do dia:
Arcano III - A Imperatriz, Décimo Quarto Caminho da Árvore da Vida.


III

"Esta é a Harmonia do Universo, que o Amor
una a Vontade para criar com a Compreensão
daquela Criação: compreende tua própria 
Vontade.
 
Ama e deixa amar. Regozija em toda forma do amor,
e obtém teu êxtase e teu alimento dela."

Aleister Crowley
O Livro de Thoth  



      "Amor, beleza, felicidade, prazer, sucesso, realização, boa fortuna, cortesia, elegância, volúpia, ociosidade, dissipação, deboche, amizade, gentileza, deleite."    Crowley, mesmo livro.  


O Arcano III, A Imperatriz na versão medieval.

Atribuição: Vênus 

Letra Hebraica: Daleth (significa "Porta")
Corresponde ao nosso "D"
Valor numérico da letra: 4

Posição na Árvore da Vida: 14º Caminho.
O Arcano III - A Imperatriz está acima do Abismo na Árvore da Vida, unindo Saturno - Compreensão (3) e Netuno - Sabedoria (2).

A seguir o que diz Crowley sobre este Arcano:
(uma Nota: O texto original não é ilustrado. As ilustrações escolhidas ou montadas  se limitam apenas a exemplificar visualmente o conteúdo do texto. )


III.  A IMPERATRIZ 

por Aleister Crowley

(d'O Livro de Thoth - Ed. Madras, 2000.)


    Esta carta é atribuída à letra Daleth, que significa porta e se refere ao planeta Vênus.



carta é, a julgar pela aparência, o complemento de O Imperador, mas suas atribuições são muito mais universais.



     Na Árvore da Vida, Daleth é o caminho que conduz de Chokmah a Binah, unindo o Pai à Mãe. Daleth  é um dos três caminhos que estão  completamente acima do Abismo. 



      Há, ademais, o símbolo alquímico de Vênus, o único dos símbolos planetários que abrange todas as Sephiroth da Árvore da Vida. A doutrina implícita é que a fórmula fundamental do universo é o Amor ( o círculo toca as Sephiroth 1, 2, 4, 6, 5, 3; a cruz é formada por 6,  9, 10  e  7, 8). 


   É impossível resumir os significados do  símbolo da  mulher por esta razão mesma, a saber, ela continuamente reaparece sob forma infinitamente variada. “A de muitos tronos, muitas disposições, muitas manhas, filha de Zeus.”


  Nesta carta, ela é mostrada em sua manifestação mais geral. Combina as qualidades espirituais mais elevadas com as materiais mais baixas. Por esta razão, ela está apta a representar uma das três formas alquímicas da energia, o Sal. O Sal é o princípio inativo da natureza, é matéria que precisa ser energizada pelo Enxofre para preservar o equilíbrio rotativo do universo. Os braços e o tronco da figura, por conseguinte, sugerem a forma do símbolo alquímico do Sal. Ela representa  uma mulher com coroa e trajes imperiais sentada a um trono, cujas colunas de apoio sugerem chamas azuis torcidas, simbolizadoras de seu nascimento da água, o feminino, elemento fluido. Em sua mão direita ela segura o lótus de Ísis, o lótus representando o feminino ou  poder passivo; suas raízes estão na terra sob a água, ou na própria água, mas ele abre suas pétalas para o Sol cuja imagem é o bojo do cálice. É, portanto, uma forma viva do Cálice Sagrado (O Santo Graal) santificada pelo sangue do Sol. Empoleirados nas colunas de apoio em forma de chama de seu trono estão duas de suas aves mais sagradas, o pardal e a pomba. O ponto essencial deste simbolismo precisa ser buscado nos poemas de Catulo e Marcial. Há abelhas sobre seu manto e também dominós, circundados por linhas espirais contínuas. A significação é similar em  toda  parte.

    Em torno dela, como um cinto, se acha o Zodíaco.  


      Sob o trono há um piso coberto de tapeçaria bordada com flores-de-lis e peixes, os quais parecem estar adorando a rosa secreta, que é mostrada à base do trono. A significação destes símbolos já foi explicada. Nesta carta todos os símbolos são cognatos devido à simplicidade e pureza do emblema. Não há  aqui nenhuma contradição; a oposição que parece existir é apenas a oposição necessária ao equilíbrio, o que é indicado pelas luas giratórias.

       A heráldica da Imperatriz é dupla: de um lado o pelicano da tradição alimentando seus filhotes do sangue de seu próprio coração, do outro, a águia branca do alquimista.

       Com referência ao pelicano, seu simbolismo total só estava disponível para iniciados do quinto grau da  O. T. O.. Em termos gerais, pode-se sugerir o significado identificando-se o próprio pelicano fêmea com a Grande Mãe  e sua  prole, com a Filha na fórmula do Tetragrammaton. É porque a filha  é  a filha de sua mãe que ela pode ser guindada ao seu trono. Em outras palavras, há uma continuidade da vida, uma herança de sangue, que junta todas as formas da  natureza. Não há ruptura entre luz e trevas. Natura non facit saltum. [Em latim no original, A natureza não dá saltos (NT).] Se estas considerações fossem inteiramente entendidas, possibilitaria a reconciliação da  teoria quântica com as equações eletromagnéticas. 


    A  águia branca  neste trunfo corresponde à  águia vermelha  da carta-consorte, O Imperador. Aqui é preciso trabalhar em sentido inverso, pois nestas cartas mais elevadas se acham os símbolos da perfeição; tanto  a perfeição inicial da natureza quanto a perfeição final da arte; não apenas Ísis,  mas também  Néftis. Conseqüentemente, as minúcias do trabalho pertencem a cartas subsequentes, especialmente Atu VI  e Atu XIV.

      Ao fundo da carta está o arco ou porta, que é a interpretação da letra  Daleth. Esta carta, em síntese, pode ser denominada  Porta do Céu. Contudo, devido à  beleza do símbolo, devido à sua apresentação omniforme, o estudante que está deslumbrado por qualquer dada manifestação pode extraviar-se. Em  nenhuma outra carta é tão necessário desconsiderar as partes para se concentrar no todo. 


Aleister Crowley
O Livro de Thoth - excerto















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