FESTA DO UNIVERSO
FALTANDO 14 DIAS
Arcano referência do dia:
Arcano III - A Imperatriz, Décimo Quarto Caminho da Árvore da Vida.
III
"Esta é a Harmonia do Universo, que o Amor
una a Vontade para criar com a Compreensão
daquela Criação: compreende tua própria
Vontade.
Ama e deixa amar. Regozija em toda forma do
amor,
e obtém teu êxtase e teu alimento dela."
Aleister Crowley
O Livro de Thoth
"Amor, beleza, felicidade, prazer, sucesso,
realização, boa fortuna, cortesia, elegância, volúpia, ociosidade, dissipação, deboche,
amizade, gentileza, deleite." Crowley, mesmo livro.
O Arcano III, A Imperatriz na versão medieval.
Atribuição: Vênus
Letra Hebraica: Daleth (significa "Porta")
Corresponde ao nosso "D"
Valor numérico da letra: 4
Posição na Árvore da Vida: 14º Caminho.
O Arcano III - A Imperatriz está acima do Abismo na Árvore da Vida, unindo Saturno - Compreensão (3) e Netuno - Sabedoria (2).
A seguir o que diz Crowley sobre este Arcano:
(uma Nota: O texto original não é ilustrado. As ilustrações escolhidas ou montadas se limitam apenas a exemplificar visualmente o conteúdo do texto. )
III. A
IMPERATRIZ
por Aleister Crowley
(d'O Livro de Thoth - Ed. Madras, 2000.)
Esta carta é atribuída à letra Daleth, que significa porta e se refere ao planeta Vênus.
A carta é, a julgar pela aparência, o
complemento de O Imperador, mas suas atribuições são muito mais universais.
Na Árvore da Vida, Daleth é o caminho que
conduz de Chokmah a Binah, unindo o Pai à Mãe. Daleth
é um dos três caminhos que estão
completamente acima do Abismo.
Há, ademais, o símbolo alquímico de Vênus, o
único dos símbolos planetários que abrange todas as Sephiroth da Árvore da Vida. A
doutrina implícita é que a fórmula fundamental do universo é o Amor ( o círculo toca as
Sephiroth 1, 2, 4, 6, 5, 3; a cruz é formada por 6, 9, 10
e 7, 8).
É impossível resumir os significados do símbolo da mulher por esta razão mesma,
a saber, ela continuamente reaparece sob forma infinitamente variada. “A de muitos tronos, muitas disposições, muitas manhas, filha de Zeus.”
Nesta carta, ela é mostrada em sua manifestação mais geral. Combina as qualidades espirituais mais elevadas com as materiais
mais baixas. Por esta razão, ela está apta a representar uma das três formas alquímicas da
energia, o Sal. O Sal é o princípio inativo da natureza, é matéria que precisa ser energizada pelo Enxofre para preservar o equilíbrio rotativo do universo. Os braços e o tronco da
figura, por conseguinte, sugerem a forma do símbolo alquímico do Sal. Ela representa uma mulher com coroa e trajes imperiais sentada a um trono, cujas colunas de apoio
sugerem chamas azuis torcidas, simbolizadoras de seu nascimento da água, o feminino, elemento fluido. Em sua mão direita ela segura o lótus de Ísis, o lótus representando o feminino ou poder
passivo; suas raízes estão na terra sob a água, ou na
própria água, mas ele abre suas pétalas para o Sol cuja imagem é o bojo do cálice. É, portanto, uma forma viva do Cálice Sagrado (O Santo Graal) santificada pelo sangue do Sol. Empoleirados nas colunas de apoio em forma de chama de seu trono estão duas de suas aves
mais sagradas, o pardal e a pomba. O ponto essencial deste simbolismo precisa ser buscado nos poemas de Catulo e Marcial. Há abelhas sobre seu manto e também dominós, circundados por linhas espirais contínuas. A significação é similar em toda
parte.
Em torno dela, como um cinto, se acha o Zodíaco.
Sob o trono há um piso coberto de tapeçaria
bordada com flores-de-lis e peixes, os quais parecem estar adorando a rosa secreta, que é
mostrada à base do trono. A significação destes símbolos já foi explicada. Nesta carta
todos os símbolos são cognatos devido à simplicidade e pureza do emblema. Não há aqui nenhuma contradição; a oposição que parece existir é apenas a oposição necessária ao equilíbrio, o que é indicado pelas luas giratórias.
A heráldica da Imperatriz é dupla: de um lado
o pelicano da tradição alimentando seus filhotes do sangue de seu próprio coração, do outro, a águia branca do alquimista.
Com referência ao pelicano, seu simbolismo total só estava disponível para iniciados do quinto grau da O. T. O.. Em termos gerais, pode-se sugerir o
significado identificando-se o próprio pelicano fêmea com a Grande
Mãe e sua prole, com a Filha na fórmula do Tetragrammaton. É porque a filha é a
filha de sua mãe que ela pode ser guindada ao seu trono. Em outras palavras, há uma
continuidade da vida, uma herança de sangue, que junta todas as formas da natureza. Não há ruptura entre luz e trevas.
Natura non facit saltum. [Em latim no original, A natureza não dá saltos (NT).] Se estas considerações fossem inteiramente entendidas, possibilitaria a reconciliação da teoria quântica com as equações
eletromagnéticas.
A
águia branca neste trunfo
corresponde à águia vermelha da carta-consorte, O Imperador. Aqui é preciso trabalhar em sentido inverso, pois nestas cartas mais elevadas se acham os símbolos da perfeição; tanto a perfeição inicial da natureza quanto a perfeição final da arte; não apenas
Ísis, mas também Néftis. Conseqüentemente, as minúcias do trabalho pertencem a cartas subsequentes, especialmente Atu VI e Atu
XIV.
Ao fundo da carta está o arco ou porta, que é a interpretação da letra Daleth. Esta
carta, em síntese, pode ser denominada Porta do Céu. Contudo, devido à beleza do símbolo, devido à sua apresentação omniforme, o
estudante que está deslumbrado por qualquer dada manifestação pode extraviar-se. Em nenhuma outra carta é tão necessário desconsiderar as partes para se concentrar no
todo.
Aleister Crowley
O Livro de Thoth - excerto
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