sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

7 - VÊNUS: um encontro com SERGIO MACEDO - PARTE I

ZENITH NEWS ANUNCIA
CONTATO IMEDIATO!
Sérgio Macedo no MAMM, em Juiz de Fora, noite de 14 de Dezembro de 2012
Foto: Miriam Azevedo.

por Amantis (Paulo Medina)

14 de Dezembro de 2012,  Sexta Feira, dia de Vênus.

   Voltando da Noite de lançamento do livro  de Sérgio Macedo, "Povos Indígenas em Quadrinhos" (Editora Zarabatana) no Museu de Arte Murilo Mendes em Juiz de Fora.

       UM ENCONTRO COM SÉRGIO MACEDO
Sérgio Macedo - Deva Amazônico - do Livro Xingu! publicado no Brasil pela Editora  Devir.


PARTE I

        FUTURISMO E ANCESTRALIDADE


       Sérgio Macedo é um aventureiro. Um aventureiro do Universo. Uma conversa com ele transcende a circunferência da Terra ( à qual se limita a maioria dos ecologistas), alcança o Cosmos, as estrelas. 
                Tal como sua arte.
 Sérgio Macedo: PAROXISMO
Sergio Macedo - Voyage Intemporel - Contra-capa. Livo em parceria com Appel Guerry - 1982

        É de se perguntar porque este artista, conhecido mundialmente por suas imagens ultra-futuristas, alusivas a extra-terrestres que parecem computadores animados (verdadeiros anjos), deu (aparentemente) uma guinada temática em sua carreira e vem se dedicando há 25 anos primordialmente a representações naturalistas dos povos aborígenes, no passado e no presente (aborígene: originário da terra onde vive; nativo), além de se dedicar ativamente à causa indígena aqui no Brasil.



      Como o leitor pode ver, Macedo não está preocupado apenas com os nativos deste grande pedaço de terra a que hoje  chamamos Brasil,  mas com todas as comunidades que tiveram sua estrutura social desmantelada pela truculência branca.
        O que falta a nós perceber é que, em sua preocupação com os Índios, Sérgio está tentando apontar uma saída para nós, os habitantes das cidades, por quem ele também lamenta. Nós perdemos a Vida e o Sentido, existe uma lacuna perpétua.
       Isto ele sabe porque também já foi um habitante das cidades.
      Em sua primeira história longa totalmente colorida, "Telechamp" (77-78) feita na França, ele expressa (com imagens e cores fortes) o quanto a metrópole parecia-lhe insalubre, isto é, um mau lugar para se viver.

SERGIO MACEDO - TELECHAMP - 1977-78 - LIVRO, EDIÇÃO ITALIANA DE 1980 (METAL HURLANT)
        Você está ali procurando por um amigo na noite, andando no meio de um monte de gente e de repente começa uma briga. É sangue escorrendo, pancada pra todo lado. Chega a Polícia para resolver a situação, e o artista é forçado a usar mais vermelho.

    Resumindo: "a vida na cidade se tornou realmente insuportável".
    E este á o ponto em que estamos! Esta mensagem, vinda de 1977 (há trinta e cinco anos) especialmente numa cápsula do tempo para você, amigo leitor, (também conhecida como minha biblioteca) expressa o dilema de muitas pessoas, cujo número  só fez crescer, tanto quanto as cidades. Mas, se não morarmos na cidade, onde vamos morar?
     Na roça? Num vilarejo à beira-mar?
     Macedo não mudou de lugar. Mudou de civilização.

Sergio Macedo - Ilustração para a saga do aventureiro Vic Voyage,   (anos 80)

       Exatamente como o pintor Paul Gauguin fizera um século antes, Sergio se mudou para o Taiti  em busca de um ambiente onde houvesse maior harmonia. E a partir daí, tudo mudou. Macedo passou a falar da Natureza (em várias partes do mundo, todas tropicais) e dos povos que estão em maior contato com ela.


 - Aaaahh! Que vida boa! Acordar e tomar um sol na praia...

      Como está na capa deste livro, a harmonia é cósmica, não é apenas o lugar físico, é a vibração. É um modo de viver.
       É verdade, amigos. Sérgio Macedo, embora sempre tenha se interessado pelo assunto  foi conhecer os "índios" lá no Pacífico Sul. Na paradisíaca Polinésia Francesa que, tal como o Havaí (ali perto é mais conhecida por suas paisagens do que pelos que moram lá. Mas, tal como sucedeu a Gauguin, os Polinésios encantaram tanto Macedo quanto o deslumbrante cenário natural. E assim como seu antecessor ele tem tentado chamar a atenção para seus ex-companheiros de cidade (nós) o que estamos perdendo.

             "Não ao Trabalho" - pintura de Paul Gauguin - 1896
      
      Mas um nova virada em sua trajetória já se aproximava. Tudo começou quando ele veio em 1987 ao Brasil e travou contato estreito com os nativos de seu próprio país.
   
               Este é o tema de nossa próxima postagem.

               Amantis - 14 a 16 de Dezembro de 2012

-     -     -     -     -     -     -     -     -     -     -     -     -     -     -     -

                       Para ver a PARTE II clique no link:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Curtiu? Não curtiu? Encontrou algum erro? Nós ficaremos gratos por qualquer tipo de feed-back.